Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estudos recentes demonstram que a psoríase passou a ser definida como uma afecção inflamatória sistemática e autoimune que pode ter os seus sintomas alterados se atrelados a outros fatores, como obesidade e dislipidemia.
Diante desse cenário, a acadêmica do curso de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Hannah Monteiro, realizou um estudo para identificar a associação da obesidade e da dislipidemia em pacientes com psoríase atendidos no ambulatório de dermatologia da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), localizado em Manaus.
O estudo intitulado ‘Psoríase, obesidade e dislipidemia: estudo da prevalência da associação em pacientes atendidos na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)’ foi desenvolvido de 2011 a 2012.
A pesquisa foi realizada com financiamento do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic).
Dos 72 pacientes que participaram do estudo, 51 foram diagnosticados com dislipidemia – alteração no nível de gordura do corpo. “Observei que houve uma frequência de tabagismo, etilismo e sedentarismo nos pacientes com dislipidemia e obesidade, evidenciando que múltiplos fatores podem contribuir para a associação da obesidade com a psoríase”, disse a pesquisadora.
Exames físicos e laboratoriais
Monteiro informou que foi realizado um estudo descritivo e prospectivo. Para avaliar a associação entre obesidade, dislipidemia e psoríase foram realizados exames físicos com medida de peso, altura e circunferência abdominal.
“Solicitamos, ainda, um lipidiograma completo e os pacientes responderam a um questionário sobre os dados epidemiológicos, história patológica e hábitos relacionados ao estilo de vida que interferem diretamente no prognóstico das doenças”, informou a pesquisadora.
De acordo com a acadêmica, foi identificado que a obesidade interfere também no tempo médio de diagnóstico da psoríase, que passa a ser de cinco a oito anos, e pode estar associada ainda a outras doenças. “Quanto maior o tempo de evolução da psoríase, maior ocorrência de outras comorbidades”, disse.
FONTE: Agência FAPEAM / Protetores da Pele