Manchas brancas, de vários tamanhos, em qualquer parte do corpo. Essa é uma doença que não passa despercebida e piora com o estresse. Por isso, também, é tão importante entender mais sobre o dia-a-dia dos portadores de vitiligo e sobre os tratamentos.
As manchas de vitiligo não doem, não coçam e não comprometem qualquer órgão interno. Como não têm sintomas, a não ser a descoloração, muita gente espera a doença avançar para procurar ajuda. E esse é o primeiro comportamento que precisa mudar. O tratamento precisa começar o quanto antes para evitar que as manchas fiquem resistentes. A ida ao médico ajuda a esclarecer se se trata mesmo de vitiligo, pois há manchas que se confundem com ele: se for vitiligo, ele pode ser devido à genética, estresse, queimaduras, dermatose inflamatória, luz solar ou exposição a composto químico."
Os procedimentos variam caso a caso, mas um indicativo é o tipo de vitiligo. O vitiligo segmentar é a forma mais simples desse tipo de alteração de pele e caracteriza-se pelo aparecimento repentino de uma mancha, de um lado só do corpo e costuma acompanhar o trajeto de um nervo. Cresce num determinado período e para. Nesse caso o procedimento mais indicado é o procedimento cirúrgico, trazendo uma célula normal para o local onde se encontra o vitiligo. O vitiligo vulgar aparece em surtos.Surgem as primeiras manchas e, passado algum tempo, surge de novo e vai aumentando cada vez mais. Não se deve pensar nessa alteração de pele como sendo algo incurável. “Isso não é verdade pois se tratarmos o problema temos condições de melhorá-lo e controlá-lo e até de curar o paciente. "Em alguns casos as manchas até podem desaparecer totalmente”, explica Dra. Denise Steiner, presidente da SBD.
O dermatologista tem possibilidade de usar desde substâncias como ácido fólico e vitamina B12, corticóides para a fase em que as manchas estão aumentando muito e combinar terapias. Uma combinação é a aplicação de luz com cremes anti-oxidantes. A fototerapia com UVB Narrow Band é uma modalidade terapêutica que usa a luz ultravioleta B, sem necessidade de substâncias que aumentam a sensibilidade da pele à luz "Essa combinação provoca menos efeitos colaterais e produz melhores resultados. Outro tratamento é o laser Excimer. Ele ajuda a eliminar parte das células inflamatórias que estão causando a doença e estimulam a migração de melanócitos ( que dão cor à pele) para o local que estava despigmentado,"explica Dra Denise Steiner. Outro destaque é a terapia coadjuvante com Polypodium Leucotomos ( samambaia), associada a luz ultravioleta." Esse fitoterápico tem propriedades antiinflamatórias e imunomoduladoras e age nas células envolvidas no aparecimento do vitiligo com eficiência". E devemos lembrar dos tratamentos à base de aminoácidos fenilalanina que também são combinados com a aplicação de luz e aqueles que estão em fase de desenvolvimento, com cremes anti-oxidantes que podem pigmentar a pele.
Ninguém sabe a origem exata do vitiligo, mas já se tem certeza da relação das emoções com o surgimento e piora da doença." A presença das manchas já pode ser um fator estressante. Mas, por outro lado, o estresse pode preceder e dar início à lesão. Quando a pessoa fica estressada, as manchas aumentam. Comunicadores químicos ligam mente, cérebro e célula e podem desencadear diversas reações. No caso do vitiligo, é a despigmentação. Às vezes, o paciente melhora e volta a piorar porque viveu algum estresse,"explica Dr. Roberto Azambuja, Coordenador do Departamento de Psicodermatologia da SBD.
Diante desse quadro, o apoio de quem convive com portadores é fundamental, como também, é importante incluir na rotina momentos para praticar respiração, meditação, ioga, tai chi chuan. Na conversa, o dermatologista pode perceber a necessidade de psicoterapia" quando se vê que o estilo de vida do paciente é estressante, se ele foi abalado por algum trauma emocional que não superou, encaminha-se para a psicoterapia, que precisa ser direcionada e de efeito rápido", completa Dr. Azambuja. "é uma reprogramação cerebral que visa transformar a percepção negativa em positiva e crenças limitantes em facilitadoras."
Outro recurso são os Grupos de Apoio Permanente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O projeto GRAPE-SBD – projeto Grupo de Apoio Permanente, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Criado pela atual Diretoria Executiva, é supervisionada pela Coordenação de Ações Institucionais da SBD. Tem como objetivo a formação e a agregação de portadores de doenças de pele, com potencial discriminatório e excludente. Além do vitiligo, alopécia areata, atopia, acne, câncer cutâneo, genodermatoses, doenças bolhosas, etc. Quem participa dos grupos recebe orientação e ouve relatos da comunidade, que divide problemas e soluções.
Fonte: Imprensa SBD
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