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Doenças de pele de fundo emocional

Por:digitalpixel
Notícias

13

fev 2012

Um dos órgãos mais vulneráveis às emoções, a pele sinaliza quando elas fogem ao controle. Ouvir o alarme, procurar um médico e seguir o tratamento nem sempre resolve o problema. Você precisa também equilibrar o que está nos bastidores dessa trama.

Segundo maior órgão do corpo, a pele é mais do que uma embalagem: é um espelho do que acontece co nosco. A naturalista americana Diane Ackerman diz em seu livro Uma História Natural dos Sentidos (ed. Bertrand Brasil) o quanto ela é importante: “A pele respira e produz secreções, protegendo-nos contra os raios nocivos e os micróbios, isolando-nos do calor e do frio, regulando o fluxo sanguíneo, atuando como moldura para nosso tato, auxiliando-nos na atração sexual, definindo nossa individualidade”. Rica em terminações nervosas e dotada de intensa rede de vasos sanguíneos, está tão conectada ao cérebro que sofre os efeitos dos altos e baixos emocionais. Uma equipe da PUC do Rio Grande do Sul achou evidências da sua conexão com o emocional. Na pesquisa, de 2009, psicólogos avaliaram 205 pessoas entre 20 e 49 anos com problemas de pele: 63% haviam passado pouco antes por stress. “Perda de uma pessoa querida, de emprego, brigas na família ou uma cirurgia podem desencadear, por exemplo, a psoríase”, afirma o dermatologista Alan Menter, da Universidade de Baylor, em Dallas, nos Estados Unidos.

Ele estava à vontade para comentar: é o presidente do Conselho Internacional de Psoríase, presente no Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que discutiu o tema no Rio de Janeiro há três meses. Mas nem sempre basta recorrer a medicamentos. “Psicoterapia ou métodos que controlam o stress, como acupuntura e ioga, podem ajudar a diminuir os sintomas e ainda previnem novas crises”, afirma a dermatologista Denise Steiner, de São Paulo. Veja as principais doenças de pele que são agravadas pela ansiedade, tristeza, angústia e outros sentimentos.

Vitiligo

Distúrbio em que ocorre perda de melanócitos, células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele. Surgem manchas lisas e esbranquiçadas.

CAUSA: Predisposição genética. O próprio sistema de defesa entra em curto e produz anticorpos que destroem essas células.

EMOÇÕES: Fatores como a tristeza por perdas (morte ou separação) podem desencadear ou piorar as manifestações da doença.

TRATAMENTO: Para estimular a pigmentação, laser e cre mes (sensíveis à luz, com ação oposta à do protetor solar) combinados à radiação ultravioleta, corticoides e transplante de pele.

NOVIDADES: Imunomoduladores, como imiquimod, estão em estudo, mas os resultados mais promissores vêm de um comprimido de Polypodium leucotomos, planta da Costa Rica que em laboratório revelou propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e a capacidade de equilibrar o sistema imunológico. Eficaz também como protetor solar, ela estimulou a pigmentação na cabeça e no pescoço. 

Acne

Doença inflamatória em que as glândulas sebáceas produzem muito óleo, a ponto de fechar os poros, facilitando o ataque de bactérias. Comparada à acne típica da adolescência, a da mulher adulta provoca espinhas mais inflamadas, doloridas e profundas, sobretudo no queixo, na região da mandíbula e no pescoço.

CAUSAS: Hereditariedade, mudança hormonal, calor, cosmético oleoso. Comum entre nós, a acne afeta 56,4% da população.

EMOÇÕES: O stress promove uma descarga de cortisol, que estimula a síntese do hormônio masculino e faz a glândula sebácea trabalhar mais”, diz a dermatologista Denise Steiner.

TRATAMENTO: Conforme o grau, inclui esfoliante, antibiótico, isotretinoína, anticoncepcional, luz pulsada, luz azul e laser fracionado.

NOVIDADES: As últimas pesquisas inocentam o chocolate e a comida gordurosa e apontam outra culpada: a dieta rica em carboidratos e laticínios”, diz Cláudia Maia, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Suspeita-se que a doença esteja ligada a alterações metabólicas: em excesso, a insulina secretada após o consumo de carboidratos talvez favoreça as espinhas. Por essa razão, a metformina, indicada no controle de diabetes, começa a ser testada. 

Alopecia areata

Desordem que produz queda de cabelo súbita, deixando falhas em áreas arredondadas do couro cabeludo.

CAUSA: Tendência hereditária. É mais comum entre os 20 e os 50 anos, sendo que 70% dos doentes têm o primeiro episódio antes dos 25. Pode ser passageira ou persistente.

EMOÇÕES: Um trauma pode dar início à produção de anticorpos contra o folículo piloso. O stress também é desencadeador.

TRATAMENTO: Corticoides no local das falhas, além de xampus, loções, minoxidil tópico ou oral, luz infravermelha ou ultravioleta e, em casos mais resistentes, transplante capilar.

NOVIDADES: Por ser doença autoimune (em que a defesa interna ataca estruturas do próprio corpo), a imunoterapia tem sido recomendada nos casos graves. Aplicações semanais de difenciprona estimulam o surgimento de novos fios.

Psoríase

Inflamação crônica caracterizada por lesões avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Aparecem nos cotovelos, joelhos, no couro cabeludo e nas unhas ou espalhadas pelo corpo. Às vezes ataca as articulações. Dos cerca de 5 milhões de brasileiros atingidos pela psoríase, um quarto enfrenta estágios de moderado a grave, com impacto na qualidade de vida. Segundo o dermatologista Alan Menter, essas pessoas sentem-se discriminadas ou rejeitadas pela aparência.

CAUSAS: A genética tem papel importante. Irritações na pele e a baixa umidade do ar podem ocasionar e complicar as crises, que se instalam quando o ritmo de renovação da pele se acelera devido a alterações nas defesas locais.

EMOÇÕES: Pessoas tensas e perfeccionistas são mais sujeitas a desenvolver a doença, desencadeada muitas vezes pelo stress.

TRATAMENTO: Evoluiu com o surgimento de agentes biológicos, que controlam a resposta imunológica. Eles são indicados em casos graves ou quando os remédios convencionais (metotrexato e ciclosporina) não surtem os efeitos esperados. O mais novo, o ustekinumab, administrado a cada 12 dias por via injetável, pode ser utilizado por longos períodos porque provoca menos náuseas e danos ao fígado. Em casos mais leves, a simples exposição à luz s olar diminui o ritmo de renovação das células da pele.

NOVIDADES Estudos sugerem que a psoríase ameaça o coração. “Quem a desenvolve estaria mais propenso a sofrer de síndrome metabólica, que se manifesta por aumento do colesterol e elevação da pressão arterial”, afirma Cláudia Maia. 

Dermatite atópica

Erupções e crostas na face, no couro cabeludo, nas mãos, nos pés, nos braços e nas pernas provocadas por in flamação crônica. A coceira é tão intensa que há risco de a pessoa se ferir e infectar as lesões. Mais comum em portadores de asma e de rinite alérgica.

CAUSA: Todos os estudos apontam para a genética. Banho quente e atrito da toalha podem ressecar a pele e provocar lesões.

EMOÇÕES: O stress agrava o problema: surgem novas feridas e mais coceira. A dermatite atinge mais de 3,5 milhões de brasileiros.

TRATAMENTO: Cremes ou pomadas à base de cor ticoides; anti-histamínico oral contra coceira; antibióticos orais se houver infecção; exposição à luz ultravioleta combinada com doses orais de psoraleno; imunomoduladores de uso local.

NOVIDADES: A descoberta de um fator imunológico, um desequilíbrio das células de defesa presentes entre a pele e a epiderme, alterou a abordagem da doença. Surgiram imunomoduladores, como pimecrolimus (em 2003) e o tacrolimus (em 2005), que permitem melhor controle do quadro.

 

Dermatite seborreica

Inflamação da pele que produz vermelhidão, coceira e descamação nas áreas de maior concentração de glândulas sebáceas no corpo: em torno do nariz, nas sobrancelhas, atrás da orelha, na face e no peito. No couro cabeludo, pode acarretar a incômoda caspa.

CAUSAS: Não esclarecidas”, diz a dermatologista Jozian Quental, autora de Sua Pele em Boa Forma (ed. Marco Zero). Além de maior produção de óleo, suspeita-se do fungo Pityrosporum ovale. Clima seco e alterações hormonais pioram os surtos.

EMOÇÕES: Stress elevado deflagra os episódios. Essa dermatite atinge 18% da população mundial, a maioria entre 18 e 45 anos.

TRATAMENTO: Xampus à base de enxofre, piritionato de zinco e cetoconazol, loções capilares com ácido salicílico, resorcina, ureia e cetoconazol, com ou sem hidrocortisona, além de prescrição de anti-inflamatórios e antifúngicos via oral.

NOVIDADES: Laser de baixa frequência pode ser usado como coadjuvante no tratamento para reduzir a coceira e a descamação.

 

Revista Claudia Online – Cristina Nabuco

 

Fonte: www.sbd.org.br


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