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O estigma e suas implicações psicossociais

Por:digitalpixel
Notícias

03

fev 2012

 

Rossandro Klinjey

 

O escritor americano Nathaniel Hawthorne é autor de um clássico da literatura "A Letra Escarlate", no qual narra a vida de uma mulher numa sociedade fortemente influenciada pelo preconceito. Na história, que se passa no ano de 1666, Hester Prynne é submetida à vergonha por haver cometido adultério contra seu marido. Após ser presa, solta e levada a outra cidade, ela se vê obrigada a usar a letra de cor escarlate, que a identifica como adúltera. E a letra A bordada em suas vestes a diferenciava de seus acusadores, que a insultavam nas ruas. O mesmo aconteceu com os judeus durante a Segunda Guerra, quando eram obrigados a usar a estrela de David amarela para serem identificados, ou, muito antes, nos símbolos do sistema de castas da Índia. Foi no ano de 1963 que o sociólogo americano Erving Goffman cunhou o conceito, que se refere sociologicamente a um grupo desprezado socialmente, seja por questões religiosas e étnicas, por razões anatômicas, que incluem qualquer falha na estética corporal congênita ou adquirida, ou mesmo psicológica, pela manifestação de inadequações emocionais significativas. O estigma é então uma condição, atributo, característica ou comportamento que leva seu portador a ser incluído em uma categoria socialmente desprestigiada, tornando-o vítima do preconceito e do escárnio dos demais membros dessa sociedade.

 

Doenças dermatológicas geralmente têm um grande impacto nas atividades diárias dos pacientes, no estado psicológico e emocional, e nas relações sociais, sobretudo quando se leva em consideração que a principal dificuldade enfrentada pelo portador de uma destas doenças é que eles se tornam alvos constantes de discriminação e preconceito.O estigma social em relação às doenças dermatológicas na sociedade é bastante difundido, exigindo de todos os profissionais de saúde que lidam com estes pacientes, especialmente dos dermatologistas, que considerem, em seus tratamentos, questões como a qualidade de vida, juntamente com os aspectos sociais, a natureza da desordem apresentada, e ainda da eficácia e tolerabilidade das diversas opções terapêuticas para otimizar o alívio e conforto desses pacientes.

 

Se os profissionais de saúde precisam melhor abordar o paciente e seu tratamento, também devem ajudar a desmistificar as doenças de pele, pois parte do estigma do qual o paciente é vítima vem também da crença de que todas essas doenças são contagiosas, o que leva o paciente a um forte padecimento emocional.

 

O estigma, como se pode perceber, leva ao preconceito e este, por sua vez, torna a vida do portador dessas doenças um martírio que vai muito além do incômodo ou da limitação física que as mesmas trazem. Tal incômodo atinge-o em sua autoestima, na confiança em si mesmo, tornando-o vulnerável emocionalmente.

 

Aqui, como em muitos casos, a conscientização dos pacientes e da sociedade na qual ele se insere é de vital importância, posto que estigma e preconceito são na verdade patologias sociais de graves consequências, que necessitam ser combatidas com intensidade e seriedade, tendo em vista os malefícios que essas verdadeiras "moléstias" sociais nos trazem.

 

Fonte:  www.etniasdobrasil.com.br

 


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